*Para Ivna, fã número um do gessinger

Que Engenheiros do Hawaii é a melhor banda do mundo, há poucas dúvidas. Que Humberto Gessinger é o maior gênio da humanidade é fato vencido. Que “O papa é pop” é a maior canção popular feita sobre o sumo pontíficie é unanimidade. Mas um dos poucos momentos da carreira do gênio letrado gaúcho que gera dúvidas é sua carreira solo.

Em 1996, nem seus amiguinhos dos Engenheiros aguentavam mais seus trocadilhos, aliterações e tentativas de misturar pink floyd com nei lisboa. Como é nas horas difíceis que se reconhece um grande homem, Gessinger fez o que seu coração cigano mandava: chutou todo mundo da banda e lançou um disco solo. Como 90% dos discos solos dos astros de rock, as músicas são idênticas às de sua banda, só que um pouco piores. Imagine só! O ponto alto (baixo) são, como sempre, as letras. Só mesmo alguém em um patamar elevado para conseguir absorver coisas como: “O preço é uma prece…pague pra ver / Compre o ingresso …adeus pink freud flintstone /Fama fogo fúria fé fã-clube freud flintstone” ou ainda “Eu tenho medo de cobras/ Já tive medo do escuro / Tenho medo de te perder”. É ouvir pra crer.

Como diria Nietzche: “Humberto Gessinger Trio é uma corda estendida entre o Belchior e o Zeca Baleiro” Escute por sua conta e risco.

Não era um trio?

Não era um trio?

Você sabia? que o ex-integrante dos Engenheiros, Augusto Licks tem hoje uma padaria que vende os melhores pães de queijo de Porto Alegre.

Há uma grande polêmica sobre quem foi o primeiro rapper branco do planeta. Os beastie boys eram um trio muito descolado, mas começaram fazendo hardcore. Vanilla Ice fazia batidas espertas, mas seu topete era muito desnvolvido. E o Jay Z, segundo a imprensa especializada é negro. Os mais recentes estudos apontam o disco 12 INCHES OF SNOW como o marco zero nesta bem sucedida linhagem de campeões.

Snow é/era uma figurinha sui generis. RAPPER BRANCO E CANADENSE ele tinha ritmo. Recém-saído da cadeia, onde cumpriu uma pena de um ano por agressão, em 1993 ele lançou um disco que agrediu os ouvidos te todo um planeta. Ancorado pelo seu megahit Informer (Informer, you no say daddy me snow me Ill go blame/ A licky boom boom down.), seu disco foi um sucesso universal.  Mas o triste é que ninguém nunca ouviu a bolacha inteira, pois poderia encontrar outras pérolas. “Lonely Monday Morning” é um raggamufin que conta as deseventuras de acordar sozinho em uma segunda-feira de manhã. “Girl, I’ve Been Hurt”  é sincera, fala ao coração de uma maneira que só quem já foi sofreu de amor pode entender. Há ainda espaço para o rap de gueto, que só quem passou a infância em Quebec pode fazer como “Uhh In You” e “Ease Up”.

Com batidas chupadas dos piores rappers de seu tempo e letras totalmente ininteligíveis, Snow escreveu seu nome no panteão dos one hit wonders. Esquecido nesses dias tristes que vivemos, é uma jóia preciosa a ser nã0-descoberta pelos mais jovens. Mmmmmbop!

"Tomara que o revival dos anos 90 chegue logo!"

"Tomara que o revival dos anos 90 chegue logo!"

Você sabia? que durante o Grammy Awards de 1993, Snow teve uma discussão nos bastidores com o vocalista do Snap e acabou com 7 pontos no supercílio.

Soul, do inglês, “sul”, quer dizer ritmo e poesia, vibração e movimento, dança e arte. Grandes expoentes escreveram o nome do Soul na música mundial. No Brasil,  o maior representante desta facção só poderia ser o tão aclamado e conhecido como o Toni Garrido Branco: Maurício Manieiri.

Criado a leite com pêra, o pequeno Mauricinho estudou música clássica e se encantou com o soul americano. Mais crescidinho trabalho fazendo jingles de sucesso, entre eles… Mas foi já no ocaso de sua vida que MM deu o passo mais ousado. Depois de acompanhar músicos do quilate de Alexia e Double You (Isso mesmo, Double You), Mamá lançou um disco que revolucionou a mpb-funk-soul-pop-músicadecorno brasileira. “A noite inteira” foi lançado em 1998 e não demorou muito para estourar. Estourar o saco de todos os ouvintes brasileiros. O hit “Bem querer” que começava com as estrofes mais lindas já escritas na língua portuguesa:

Uh, uh, uh, baby / Eu ontem tive um sonho /  Sonhava que você / Beijava a minha boca, era tão bom

Sensualidade pouca é bobagem. O resto do disco é totalmente dispensavel perante a uma pérola como esta. 1998 foi realmente um ano engraçado, quem esperava um show de Ronaldo, assistiu Zidane acabando com a Copa. E quem queria dançar ao som do Vinny teve que se contentar com o disco de estréia de Maurício Manieri. Que coisa.

Nem deus salvou a carreira do Mauricio Manieri

Nem deus salvou a carreira do Maurício Manieri

Você sabia? Que Maurício Manieri recebeu o seu nome em homenagem ao desenhista Maurício de Souza.

Ah esses loucos astros de rock e suas vidas inconsequentes! Quem acha que a pior coisa que o Mick Jagger fez em sua vida foi engravidar a intelectual brasileira Luciana Gimenez nunca ouviu o disco “Dirty Work” dos Rolling Stones.

Os anos 80 não estavam nada bem para o velho e bom rock and roll. Os sintetizadores tomavam conta das paradas. As músicas do Dire Straits estavam invadiam as fms. E, no Brasil, surgia a Blitz. Na banda mais swingada do mundo o coro tava comendo. Em meio a brigas, drogas e roupitchas coloridas, os Rolling Stones lançavam o disco que é um marco no Rock Genérico. Dirty Work não tem nenhum hit, nenhuma música marcante, nenhuma nada.  Parece um disco de B-sides do Creedence, gravado nos anos 80, produzido pelo vocalista do Flock of Seaguls. O principal single foi “Harlem Shuffle”, uma música que na época já contava com umas 23423 versões. Nem os tocadores de flauta peruano executando “Yesterday” são tão apelativos.

Os Rolling Stones sempre foram uma banda que seguiu à risca todos os tipos de modinhas. Psicodelia, blues, disco, música jamaicana. Então, nada mais coerente do que, nos anos 80, lançar um disco que é uma bosta.

Nem se o Hans Donner fizesse esta capa ficaria mais anos 80

Dirty Work: Nem se o Hans Donner fizesse esta capa ficaria mais anos 80

Você Sabia? Que existe uma banda de covers dos Stones que se chama “Dirty Work” e que o voc alista é a cara do Dinho Ouro Preto?

2008 foi um ano lindo para música universal. O revival dos anos 90, até que enfim, começava a dar as caras. O rap de boiola e o emo continuavam no topo das paradas. E principalmente, Júnior (ex-Sandy) voltava aos holofotes com um novo projeto: uma superbanda, com integrantes de renome na cena pop-rock nacional (Champignon, do Charlie Brown, Peu da Pitty e um vocalista que é a cara do Dado Dolabella). Com nomes escolhidos a dedo, Nove Mil Anjos foi feita sob medida para agradar a tchurminha entre 12 e 13 anos e meio. E o disco de estréia faz jus público, causando uma vergonha alheia tão grande que não se (ou)via desde as perguntas do público do Programa Livre.

“Ainda há tempo” começa climática, depois entra com umas guitarrinhas pra lá de apelonas, algo como o rappa tocando cover do jimi hendrix. O ponto alto é o falsete emo no verso “ainda há teeeeeeeeempo de alcançar o que ficou pra depois”. Um prenúncio do que está por vir. Na faixa 2, “O Rio” já reconhecemos o baixo do Champignon, o flea brasileiro. Chocante! “Visionário” apresenta aquela dinâmica lenta/rápida com uma suposta mensagem positiva, imortalizada pelo Tihuana. Aí já dá pra notar que as influências do Nove Mil Anjos são finas. Se você tiver coragem de continuar escutando o disco ainda vai encontrar perólas da poesia como “a habilidade do mágico é fazer mágica”, “tiro meu chapéu pra quem pensa estar sozinho no mundo/ pra falar com alguém tem que ir até outro mundo”, entre outras. Não pode faltar é claro um rapzinho sem-vergonha e crítica social.

Não dá pra dizer que o disco não passa uma mensagem positiva. Afinal, ao fim da audição, você sente que se venceu está meia hora de gemido de gato com guitarras emo pode suportar qualquer coisa na vida.

Mamãe eu sou mau

Mamãe eu sou mau

VOCÊ SABIA? Que o vocalista Peri iniciou sua carreira no coral lírico Os Meninos Cantores de São Paulo. Nóóóóóóófa.